Lua de Sangue Segunda Edição - Capítulo 16
⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆ Capítulo 16⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆
-Você fez o que?!- pergunta Luna espantada, arqueando suas finas sobrancelhas, seu olhar era pura confusão.
Eu estava de joelhos no chão, com as mãos na cabeça, em meio a uma crise existencial.
Luna e eu não
estávamos conversando a muito tempo, ela veio perguntar se eu precisava
de alguma coisa e eu estava com o rosto completamente inchado,
provavelmente parecendo uma maluca com a maquiagem toda borrada.
-Eu o beijei-
sussurrei, abaixando a cabeça, apoiando-a entre meus joelhos - não sei
porquê fiz isso, ontem mesmo eu estava convicta de que estava
perdidamente apaixonada por Max, e agora que ele foi embora é como
se... como se eu não sentisse mais nada por ele, nem sinto tristeza por
ele ter ido embora, apenas raiva por ele talvez ter matado Sírinx,
fora isso, quando penso em Max, a única coisa que imagino é um grande
vazio...
Luna me encara com uma cara... de que? Pena?
-O que foi Luna- pergunto baixinho, virando para poder olhar para ela.
Ela pisca, desviando o olhar. Suas bochechas translucidas se tornam vermelhas.
-Nada...
-Luna, me diga- peço
-Nada- repete, levantando-se da cama.
Eu suspiro.
-Luna, eu estou perguntando isso como uma amiga, então por favor, me diga!
Ela se senta ao meu lado e aperta minha mão.
-Alguns de nós, pessoas de fora do circulo dos líderes, estamos percebendo algumas coisas...incomuns- diz e eu pisco, confusa -é só Max dar alguma ''ordem'' para algum deles e... puf! Eles obedecem, isso não é muito comum.
-Hã?
-Sabine, Max não sabe apenas ler mentes, ele também pode controlar o que você pensa, o que você sente
-Ele... o que?- murmuro
-O que quero dizer é que talvez você não ame o Max e ele não te ame.
Eu não amo ele e ele não... me... ama?
-Mas por que ele faria isso?- pergunto com a voz embargada
-Bom, eu tenho duas
teorias- ela diz e eu engulo em seco -um: ele está te usando para poder
controlar os líderes de forma indireta...
Eu respiro fundo e penso nessa opção.
-Dois: bom, como ele diz:'' seu sangue é tão doce...''- ela diz imitando a voz de Max, tenho que rir -agora imagine Max como um garoto mimado, o que não é muito difícil, e imagine você como... um pirulito.
-Um pirulito?- digo, arqueando minhas sobrancelhas - sério?
-Psiu!- ela diz me
interrompendo - bem, como eu ia dizendo, você é um pirulito que ele não
quer dividir com ninguém, e pelo modo que ele vê, o único jeito de
conseguir isso, é fazer você se apaixonar por ele, então você se
tornaria uma fonte alimento ambulante.
-Ah- murmuro, mordendo minhas bochechas. Uma fonte de alimento ambulante, muito reconfortante.
-E ele é um homem, então...- diz, ficando corada novamente.
-Ele estava me usando- digo o óbvio
-Acho que sim...- ela diz -sinto muito...
-Não sinta- digo dando um sorriso forçado -não é culpa sua
-Sei disso- diz enquanto me ajuda a levantar
-Temos que conversar sobre Max estar controlando o conselho mais tarde- digo
-É claro- ela diz, um sorriso gentil em seus lábios -agora que faltam apenas alguns meses para a Lua de Sangue, você precisa estar preparada para assumir o trono e aprender a controlar sua sede, posso te ajudar com algumas coisas, se quiser, é claro
-Isso seria ótimo- digo com um sorriso tímido, quando um trovão ruge no céu, a chuva bate em minha janela, sorrio ao sentir cheiro de terra -isso é chuva?
Corro até a porta e Luna me segue, confusa com minha agitação pela chuva.
Desço as escadas em direção ao jardim, sorrio quando a chuva me molha, rodopio quando meu vestido está completamente encharcado, meu cabelo gruda em meu rosto e pescoço, assim como nas laterais de meu corpo.
-O que está fazendo?- grita Luna, mais alto do que os trovões
-Nada melhor do que um banho de chuva pra clarear a cabeça!- grito, rindo como uma pateta enquanto danço ao som dos trovões -vem!
Ela olha para o céu cinza por alguns segundos, antes de sorrir e correr até mim.
-Não é bom?- pergunto sorrindo, fecho meus olhos com força, sentindo as gotas caírem ferozes em minha pele, dói um pouco, mas a sensação é ótima.
-É ótimo- ela diz, abro meus olhos e olho para ela, que rodopia como eu, antes de escorregar e cair no chão.
Não consigo não gargalhar, me abaixo para ajudá-la, mas caio também.
Nós rimos de nossa situação embaraçosa, algumas pessoas param para nos olhar de forma estranha, outras sorriem e continuam andando.
-O que estão fazendo?- ouço uma voz familiar perguntar, me viro para encarar Leon nos encarando, um meio sorriso em seus lábios enquanto seus braços estão cruzados sobre o peito.
Suas roupas mudaram, agora novamente com seu uniforme preto, marcando sua silhueta angulosa.
-Estamos na chuva!- grito ao mesmo tempo que um clarão toma conta do céu.
-Não é óbvio?- Luna completa e eu gargalho, tentando me levantar, a pedra é escorregadia e demoro mais que o previsto.
-Vem!- eu o chamo, estendendo a mão e apertando meus olhos para conseguir enxergar.
-Tá frio- ele diz enquanto sorri
-E daí?- pergunto, dando um passo em sua direção
-Tem medo de água, totó?- Luna provoca com uma risada.
Leon revira os olhos e da um passo em minha direção.
-Vocês duas juntas são insuportáveis!- ele diz quando a chuva o deixa encharcado como eu e Luna, ele não parece se importar com a temperatura agora -já era difícil ter que que aturar uma de você, com duas eu posso enlouquecer!
-Está falando de mim?- pergunto
-De mim- Luna diz com uma gargalhada
Leon agora trota em nossa direção e estendo novamente a mão em sua direção, ele a olha por um tempo antes de segura-la, entrelaçando a sua com a minha. Tento ignorar o arrepio que sinto quando sua pele encosta na minha, tentando me convencer que é apenas pelo frio da chuva.
-Dança com a gente- digo enquanto sorrio.
Luna começa a saltitar, dançando com passos que me pareciam balé.
Ele bufa antes de sorrir
e segurar minha cintura com as duas mãos, tirando meus pés do chão, dou
um grito pela surpresa de ser girada no ar, junto com uma gargalhada.
-Olhem só, o grande e poderoso alfa, general das tropas da rainha, dançando na chuva e se divertindo!- Luna brinca quando alguns dos jovens soldados de Leon correm pela área coberta, rindo e apontando para nós, Leon apenas revira os olhos, me rodando no lugar novamente, sem dar atenção.
-Não está com frio?- ele me pergunta, quando encosto minha cabeça em seu peito.
-Não muito- minto, eu estava congelando.
-Me gira também!- Luna pede a ele como uma criança, Leon olha para ela de forma debochada antes de obedecer.
Cruzo meus braços sobre o peito, tentando me esquentar, sorrindo enquanto olhava para o céu chuvoso e sinto saudades de minha família, isso era uma coisa que eu fazia com meus irmãos, dançar na chuva, se sujar na lama do jardim. Fico triste ao pensar que isso ficará apenas em meu passado, em outra vida completamente diferente dessa, mas ao mesmo tempo feliz de estar aqui, é uma mistura de sentimentos.
-Acho melhor entrarmos- abro os olhos para encarar Luna, saindo de meus pensamentos .
-Estou congelando- digo com um sorriso.
-Corrida até as escadas!- grita Luna antes de sair correndo.
Paro de andar para encarar com confusão e alegria Leon correndo com Luna, realmente apostando uma corrida.
Os soldados abrem espaço quando Leon passa correndo por eles.
Alguns me encaram com medo, outros com deboche, alguns mais velhos e outros mais novos que eu.
Reconheço Luca no meio deles, vestido com um uniforme azul como os outros. Ele sorri para mim abertamente.
Alguns rapazes o encaram com espanto quando ele vem até mim e beija minha mão, de forma cavalheiresca.
-Deve estar com frio princesa- ele diz enquanto sorri, tirando sua jaqueta e colocando em meus ombros.
-Obrigada- digo, me
agarrando ao tecido morno. Encaro os olhares curiosos a nossa volta,
sorrindo para alguns deles, que parecem envergonhados
-De nada- ele diz antes de se virar e andar até seus amigos.
Vejo-o se afastar, antes de praticamente correr para as escadas, onde Leon e Luna parecem discutir sobre quem é o vencedor.
-Você é um metido Leon- ela brinca, revirando os olhos antes de olhar para mim, sua roupa parece estar muito mais molhada que a minha, mesmo isso sendo impossível -vamos, vou ajudar você a se trocar.
-Não precisa- digo sorrindo, antes de olhar para Leon, que me encara, do mesmo jeito que me encarou no corredor hoje de manhã e sinto meu estômago se encher de borboletas -até mais tarde.
Ele me lança um aceno com a cabeça, antes de se virar e seguir em direção ao corredor.
-É engraçado ver ele envergonhado- Luna diz e eu sorrio.
-Até mais tarde Luna- digo subindo as escadas
-Até amanhã alteza
-Me chame só de Sabine, pelo amor de deus!- digo sorrindo
-Claro- diz gentil - Sabine é muito melhor
-De fato- eu rio, seguindo para meu quarto.
Me enfio dentro da água morna da banheira, até a cabeça, sorrindo pelo momento bom que tive.
Quando termino visto algo confortável e me deito debaixo das cobertas, olhando para a chuva que bate em minha janela.
Luna tem razão, não sinto nada por Max.
Mas...
Que ótimo! Um ''mas''.
Mas se isso é verdade, será que sinto algo por Leon?
Não, claro que não!
Ele é só um amigo!
HA HA!
Mas se ele é só um amigo, por que eu o beijei e me senti daquela forma perto dele?
Eu queria que ele me quisesse, queria ser apenas dele e também queria que ele me pertencesse.
Mais que droga!
Acho que a vozinha na minha cabeça tem a resposta para a minha pergunta.
''Você sente algo por ele!'' a vozinha diz.
Cale a boca vozinha dos infernos!
Me viro e encaro minha mesa de cabeceira.
A pulseira de Leon está ali, estico o braço e a pego.
É feita de couro preto, tem um corvo entalhado de madeira bem no meio dela, também preto.
A coloco em meu pulso,
devolverei ela quando vê-lo de novo, não sei se terei coragem de
encara-lo cara a cara, sozinhos. Me sinto estranha agora.
Continuo pensando em Leon.
Me lembro de nosso beijo, então sorrio, mas então fecho a cara por estar sendo tão besta.
Logo adormeço.
⛤⛤⛤
Acordo em meu quarto.
Provavelmente essa vai ser uma manhã bem normal.
Vou me arrumar para ir
ao colégio, vou descer para o café da manhã, gritar um pouco com meus
irmãos e esperar Chris me buscar de carro para irmos pegar as meninas.
Ouço passos na escada, deve ser meu pai.
Ele abre a porta.
-Bom dia, pai- digo automaticamente e me levantando, mas não recebo nenhuma resposta -pai?- pergunto novamente.
Ele pega uma foto nossa que estava sobre minha escrivaninha e da um sorriso triste, caminho até ele.
-Pai?- digo e ele passa as mãos em seu rosto para se livrar de suas lágrimas.
Sinto um nó em minha
garganta e tento não entrar em pânico, encosto minhas mãos em seus
ombros, balançando-o um pouco, ele nem se importa.
-Pai!- chamo, praticamente gritando
Nada.
Olho para os lados, passando as mãos em meus cabelos, tentando entender o que está errado, tentando encaixar o que não está certo.
Me viro num rompante
quando Anthony entra em meu quarto, tentando tranquilizar meu pai. Entro
em choque ao ver lágrimas escorrerem de seus olhos castanhos.
Nunca em minha vida o vi chorar.
-Eu sei- a voz de Anthony ecoa por meu quarto -ela faz falta.
Por que diabos eu faço falta?
-Não consigo acreditar que ela se foi... - diz meu pai.
-O que aconteceu?- pergunto a mim mesma.
-Você morreu, não se lembra?- diz uma voz familiar - olá, Sabine
-Max- digo, com raiva, me virando para encará-lo.
-Como vai?- ele diz tirando uma sujeira imaginaria de suas unhas -fiquei sabendo que está a fim do cão sarnento, muito fofo, na minha opinião
-Estou pouco me lixando para o que você acha Max, quero saber a aonde estamos e por que eles não me ouvem.
Ele suspira e estala os dedos, fazendo com que todos sumam.
-Estamos em um sonho-
diz calmamente, enquanto caminha a minha volta, parecendo analisar até
mesmo as batidas de meu coração -acho que você descobriu meu segredo, no
fim das contas, não é?
-Por que fez aquilo?- pergunto, acompanhando-o com o olhar -por que estava controlando o conselho?
-Estava controlando a todos por que devia um favor para meu tio, e não podia deixar que que ninguém estragasse meus planos.
-Planos?
-Exatamente- Max sorri - ele tem algo que eu quero, então estou controlando o conselho para que ele me entregue o que eu preciso.
-Por que alguém iria querer que você controlasse o conselho?
-Ora, Sabine eu
achava que você fosse um pouco mais inteligente- diz revirando os olhos,
mordo a língua para não voar em seu pescoço - quem você acha que iria
querer que eu fizesse isso?
-A única pessoa que
me vem a cabeça quando penso em alguém querendo derrubar o conselho é
Milles- para de falar quando junto os pontos -você é sobrinho de Milles.
Ele passa a mão em seus olhos de forma teatral e então sorri.
-Surpresa- ela sorri
-E o que ele pode ter de tão importante para você querer trair o reino? Trair sua irmã?!
-Minha mãe- diz devagar -preciso dela de volta
-Você me disse que ela estava morta- digo baixinho, não me surpreende ele ter mentido
-Eu não menti, ela
está morta- diz enquanto passa seus dedos pelo móvel empoeirado - e eu a
quero de volta, mas para isso preciso obedece-lo, mas isso não
interessa você, mas veja pelo lado bom- ele sorri -eu vou mata-lo e
isso tudo acabará, vou fazer ele ter o que merece, faze-lo pagar por
ter feito minha irmã e eu sofrer.
-Então Marie também está...
-Não, ela não sabe de
nada- diz rápido - e por isso, você vai esquecer de tudo isso quando
acordar, só se lembrará do que eu quiser.
-E pra ter isso tudo você teve que brincar com meus sentimento?- sussurro, ignorando a parte que não fazia sentido
-Talvez- diz com um risada
-Por que matou Sírinx?- pergunto num sussurro, incapaz de olha-lo nos olhos
-Não fui eu
-Aham- digo secamente -me de um bom motivo para acreditar nisso.
-Bom, primeiro: eu não preciso te provar nada- ele dá alguns passos em minha direção -dois: eu estou de bom humor, então somente por isso te direi o que aconteceu, Sírinx estava me ajudando aa localizar uma coisa, uma joia, pra ser mais específico, e algo me diz que Milles descobriu, então ele mandou um de seu peões para matar Sírinx, então eu fugi, eu a queria viva tanto quanto você...
-E deixou ela para morrer!- digo, interrompendo-o fervendo de raiva - como um covarde!
-Não me provoque
princesa- Max avisa, passando seus dedos por meu rosto, viro os rosto,
ele sorri e abaixa sua mão, minha pele formiga aonde seus dedos traçaram
uma linha de gelo.
Olho feio para ele, tudo
bem eu admito, não foi a coisa mais ameaçadora para se fazer, mas eu
ainda sou só uma humana, então tudo o que eu posso fazer é olhar feio
para ele e jogar algumas verdades em sua cara...
-Por que me usou?- pergunto, não consigo ignorar a dor que sinto quando penso em nossos momentos mais íntimos.
Ele caminha até minha janela, parecendo realmente abalado, mas não posso acreditar em seu discurso e seu teatro ensaiado.
-Bom, princesa, quero que saiba que eu realmente gosto de você, bem não você, do seu sangue- diz com calma -precisava manter você por perto e, essa era a única maneira...
''E eu sou homem, então essa foi uma maneira de eu me divertir...
-Me usou por tão pouco Max- digo ressentida - isso é nojento, agindo como um louco e um pervertido!
Sua expressão se contorce e ele agarra meu braço.
-Está me machucando- minha voz sai esganiçada enquanto vejo seus dedos afundarem na pele de meu braço
-Cala a boca!- ele grita e eu fico paralisada. Ele fecha os olhos e respira fundo enquanto eu o olho incrédula -tome cuidado com o que você diz para mim, ou pode se arrepender...
-Ah, é! E o que vai fazer? Você não é real, é só um sonho!
Ele sorri diabolicamente e aperta mais o meu braço, um gemido de dor sai de meus lábios.
-Eu posso até estar
no seu sonho, mas eu sou bem real- vocifera, sua outra mão me obriga a
olha-lo, seu cheiro doce me deixa enjoada - sabe, Sabine existem coisas
que as pessoas não sabem sobre mim, e controlar sonhos é uma delas.
''Eu posso criar imagens, sentimentos e você só pode acordar quando eu permitir.
Ele continua
apertando meu braço, aumentando a força, suas unhas fincadas em minha
pele, sinto o sangue escorrer por braço, suas íris azuis se tornam
vermelhas quando seus olhos acompanham as gotas de sangue que caem no
chão de madeira, um sorriso em seus lábios.
-Então é isso? Você não vai mais me deixar acordar, vai fazer com que eu sofra eternamente- digo, olhando em seus olhos.
Max sorri e diz em meu ouvido:
-Não minha querida, apesar de ser uma tentação bem grande, não, não vou fazer isso, vou fazer você ter medo de fechar os olhos, porquê toda a vez que fizer isso, eu vou estar aqui. E não há nada que você, seu amado ou aquelas anjinhas possam fazer para conter isso, sempre que você dormir, seu show de horrores particular estará aqui, te esperando.
-E pra que isso!? Você não pode mais tomar meu sangue- eu acho, penso -então para que isso?
-Ah, Sabine, sabe o que é melhor do que o seu sangue?- pergunta, sussurrando em meu ouvido - o seu medo. Sentir o cheiro dele é excitante, como sexo talvez...
-Você é nojento!- digo incrédula
-Não Kitter, eu sou um vampiro.
-Achei que você me amava, como eu fui tola!- digo com uma risada sem humor.
Ele sorri e cheira meu pescoço.
-Ah, princesa... Eu te amo!- diz enquanto passa seus dedos gelados em meu rosto -é como meu tio diz, nós vampiros não amamos com o coração, amamos com o estômago. E eu estou perdidamente apaixonado por você.
Ele me joga contra a
parede e sinto algo quebrando, acho que são meus ossos, eu caio no
chão e ele se joga em cima de mim segurando minha cabeça e meu ombro,
deixando meu pescoço amostra.
Eu grito pedindo ajuda, mas não há ninguém além desse assassino.
Não consigo me
mexer, sinto seus dentes rasgarem meu pescoço. Tento gritar, mas não
consigo, ele havia arrancado um pedaço de minha garganta.
⛤⛤⛤
Acordo gritando em plenos pulmões, pulando da cama e caindo no chão.
Olho ao redor, não tem ninguém.
Foi um pesadelo, pior, foi real.
Respiro fundo varias vezes para me acalmar, quando o pânico passa eu me levanto e vou até o espelho.
Nenhum hematoma, nenhum osso quebrado, nenhuma mordida.
Mas a dor ainda está lá.
Será que vai ser assim todas as vezes que eu acordar?
Vou sentir medo toda a vez que fechar meus olhos?
Sinto uma sensação estranha, como se eu devesse me lembrar de algo, mas não sei o que.
Isso incomoda.
Olho para a janela, está escuro.
Quanto tempo eu dormi?
Fecho os olhos e me
lembro da sensação de ter minha garganta rasgada pelo ''amor da minha
vida'' , como pude ter sido tão burra?
Como pude ter vindo para esse mundo horrível?
Mexo na pulseira de
Leon que está em meu pulso, queria que ele estivesse aqui comigo, me
confortando de modo desajeitado, passando as mãos em meus cabelos
enquanto estou aninhada em seu peito e dizendo que tudo iria ficar bem,
que ele não deixaria que nada de ruim acontecesse comigo, como sempre
faz.
Me sento no chão e minha visão fica borrada, logo as lágrimas escapam de meus olhos, caindo ferozmente.
⛤

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