Lua de Sangue Segunda Edição- Capítulo 7

 

 

 

 

 


 

 

 

 ⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆ Capítulo 7⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆
 
 
 
 
 
 
 
 

Tive medo de abrir meus olhos.

Medo de Max não estar ali, mas ao mesmo tempo, tive medo de estar ali, me encarando com aquela expressão de decepção, então apenas passei meus braços pela cama sem abrir os olhos, levemente frustrada.

-O que você esta procurando?

-Max!- digo ansiosa me sentando na cama.

Ele não me respondeu, apenas se levantou da poltrona que estava perto da janela.

-Aonde você vai?- pergunto, posso perceber a histeria em minha voz.

Ele mal olhava para mim.

-Vou embora.

-Mas...

-Eu prometi que estaria aqui quando você acordasse, não foi?-disse calmamente, andando até porta- bom, você acordou. Agora vou embora.

-Mas, Max eu...

-Até princesa.

Quando Max saiu, me senti oca por dentro, como se ele tivesse levado tudo com ele, mas mesmo assim, uma sensação de culpa caiu sobre mim, um peso insuportável cravado em minha alma.

Tudo o que pude fazer foi me virar para o lado e fechar meus olhos fortemente, na falha tentativa de impedir as lágrimas de caírem.

⛤⛤⛤

Não queria me levantar da cama, mas precisava de um banho, precisava me recompor.

Tinha que lidar com aquilo, não podia deixar que essa tristeza me dominasse, havia coisas piores para me preocupar, o que iria fazer caso Milles viesse atrás de mim, eu tinha certeza que ele viria, já que agora Cecile se foi, pelos vários filmes que eu já vira, sabia que provavelmente quem assumiria o trono seria eu, o que me deixava apavorada.

Me esforcei ao máximo não pensar em Max e seu comportamento estúpido, não precisava disso, não precisava dele.

Não posso bancar a boba apaixonada sabendo que o que temos não passa de um grande nada além de beijos que aconteciam quando Max estava de bom humor.

Mas porquê doía tanto? era agoniante.

Precisava deixar as lágrimas virem, na esperança de que esse sentimento sumiria junto com elas.

Fiquei uma hora dentro da banheira, chorando e ignorei  as duas moças que insistiam me ajudar.

Coloquei uma blusa estilo cigana vermelha e uma saia curta azul-celeste, deixei meu cabelo solto mesmo.

Usei o mesmo colar de lua que havia usado para conhecer Cecile.

Pensar nela e Sebastian sendo mortos não ajudou a melhorar meu estado de melancolia.

Fiquei pensando em meus amigos, meu pai, meus irmão.

O que será que eles estão pensando sobre o meu desaparecimento?

Me joguei na cama e afundei minha cabeça em um travesseiro para abafar meus gritos de raiva e dor.

⛤⛤⛤

-Alteza?

Quase pulo da cama, acho que acabei adormecendo.

-Perdão Alteza. não queria assusta-la- diz a garota de cabelos loiros, uma das garotas que me ajudava, segurando uma bandeja cheia de comida- sou Luna, a propósito, trouxe o seu café da manhã.

-Bom dia, Luna- digo passando as mão em meu rosto para fazer o sangue voltar a circular

-Espero que goste- diz ela, deixando a bandeja sobre a mesa de cabeceira- qualquer coisa é só me chamar.

-Obrigado- digo- ah! Luna, se você souber algo sobre minha família, poderia me avisar?

-Claro- diz- sei que seu avô disse que vocês estavam em uma viagem, para seus amigos e seu pai não se preocuparem, é tudo o que sei.

Sinto uma pontada de felicidade.

-Muito obrigado- digo sorrindo.

Ela fez uma reverencia e saiu pela porta.

Pude ver Max do lado de fora do quarto.

-Max...- murmurei, mas ele apenas saiu andando.

⛤⛤⛤

Depois de muita indecisão decidi sair de meu quarto, precisava desesperadamente espairecer minha mente.

Decidi caminhar pelo jardim, era magnífico!

Havia uma fonte de água cristalina, as belas flores rosas por todo ele, arranco um dos cravos e continuo a andar e a olhar a água correndo, um belo Gaio azul pairava sobre ela, olhando mais ao longe, podia ver o pequeno vilarejo que dava para o pântano que me levaria de volta para o mundo humano.

Não conseguia me imaginar mais naquele mundo, era como se tudo aquilo fosse uma realidade distante, como se não existisse...

Como é que eu podia pensar uma coisa dessas?! aquela era minha casa, onde eu nasci e cresci, como pensar em nunca mais voltar? mal me reconheço!

Balanço minha cabeça, tentando colocar meus pensamentos no lugar, até que pude ouvir alguém se aproximando, me virei para ver quem era.

Leon.

-Oi- disse, com uma voz gutural.

-Oi- murmuro

Ele parecia não saber o que dizer.

-Tá fazendo o que?- pergunto.

-Marie pediu para eu cuidar de você, já que o morceguinho não quer mais ser sua babá.

Então ele desistiu de mim... típico.

Sinto uma pontada no coração.

-Ah- digo

-Posso saber o porquê?

-Não é da sua conta- esbravejei

-Ok então... Mas eu aposto que ele estava dando em cima de você, não estava?

-É tão óbvio assim?- respondi, dando uma risada debochada.

-Sim, é sim- disse se apoiando em uma das enormes pedras antes de abrir um sorriso debochado- e eu também aposto que você não sabia que ele e a bonitinha da Pérola estavam namorando, estou certo?

-Como é?- digo, pude sentir as lágrimas caírem de meus olhos- aquele vampiro, sangue- suga mulherengo!

Leon me olhou de um jeito esquisito, franzindo o nariz, acho que ele não estava acostumado a ter que lidar com uma garota chorona em meio a uma crise existencial depois de ter levado um fora de um cara babaca que namorava com outra.

-Err, ah não, choro não...- disse, sem saber o que fazer- hã, vem cá...

Ele me abraçou e passava as mão desajeitadamente por meus cabelos, tentando me acalmar, se eu não estivesse tão triste eu o teria afastado, mas seu abraço forte era seguro, como se nada pudesse me machucar. O que foi um pouco estranho...

-Não acredito...- digo, entre soluços.

-É, eu também nunca gostei muito dele- resmungou Leon

O problema era esse, eu gostava dele, provavelmente estava apaixonada por ele e Max mentiu para mim.

Precisava fazer alguma coisa.

-Sabe onde ele está?- pergunto Leon me afasta e me encara, desconfiado

-Sim- diz relutante- está no quarto dele

-Pode me mostrar aonde fica?- digo, secando minhas lágrimas

-Por que?

-Vou dar um soco nele- digo determinada

Os olhos de Leon se iluminam e ele sorri.

-Tá, venha- diz me puxando

-Quanta delicadeza...- resmungo

-Você reclama demais- diz Leon -então, posso dar um soco nele também?

-Não!- digo, rindo, meu humor melhorando mil vezes mais.

-Estraga prazeres- reclama rindo

-E depois eu que reclamo!

⛤⛤⛤

O quarto de Max ficava a um andar acima do meu.

Parei de frente para a porta.

-Ande logo- reclama Leon.

-Espere!- digo encarando ele com raiva

Ele se afasta.

-Aonde vai?

-Esperar, longe daqui- diz enquanto andava para longe- algo me diz que vai ter muito sentimentalismo nessa sua conversa com Max e eu não quero ficar enjoado.

-Idiota...

-Estúpida- brincou Leon e eu sorri, apesar de tudo.

Assim que Leon se afastou respirei fundo e bati na porta, e me impressionei pelo fato de Max não ter escutado minha conversa com Leon.

-Entre- grita Max.

Respira Bine, respira!

Abro a porta e entro varrendo o quarto com os olhos procurando por Max.

-Max?- chamo

Ele aparece ao lado da cama, estava sem sua camisa, deixando seus músculos amostra, o que não me ajudava em nada.

Foco, Sabine, pelo amor de deus!

Tive que lutar para desviar os olhos de seu corpo e me lembrar de como estava brava com ele e que ele era um mulherengo.

-O que você quer?- pergunta Max, seu tom de voz demonstrava irritação.

-Quero saber porquê está com raiva de mim- digo, me segurando para não chorar- mas não é como se você já não soubesse disso!

-Não estou com raiva de você- diz

Percebi que minhas mãos estavam tremendo.

-Ah, não está? Seu comportamento diz outra coisa!- digo as palavras saiam de minha boca como uma avalanche, não estava mais tão triste assim, estava com raiva- Isso tudo foi por que eu não quis dormir com você? Por que não estava pronta? ou por que você percebeu que não sou boa o bastante para você? Por que acredite, eu sei! ou melhor eu sou! Sou boa demais pra você! Você é um idiota sabia? Está me ignorando o dia inteiro, mas quer saber? eu não me importo, achei que me importava, mas na verdade o que eu apenas quero é que você se ferre!

E lá vem, mais lágrimas.

-Você não... Ah, Sabine não chore...

Ele veio em minha direção tentando me abraçar.

-Não toque em mim!- grito me afastando- não... toque... em mim!

-Sabine eu não te entendo! você em atrás de mim e quando eu tento me aproximar você diz:''não me toca!''

-Você mentiu pra mim Max! Você tem outra! e mesmo assim consegui fazer eu me sentir única quando eu estava perto de você... Você me traiu Max...

-Quem te disse isso?

-Não interessa!mas só me diga uma coisa- eu o desafio

Eu me aproximo dele e olho dentro de seus olhos, furiosa.

-O que?- diz, sem quebrar o contato visual.

-Diga que estava brincando comigo- digo- diga que estava brincando quando disse que se sentia atraído por mim, que era tudo um jogo, que era tudo uma mentira.

-Não- diz, sua voz era calma, mas percebi que ele estava com raiva, para mim isso é ótimo!- não estava brincando, Sabine, eu realmente gosto de você! mais do que tudo, nunca conheci...

-Alguém como eu nos últimos cento e dez anos, você já me disse isso!- digo irônica -se sou tão especial assim, por que mentiu?por que não disse que tinha outra?

-Não tenho mais- disse- terminamos quando você se machucou.

-Claro, porque isso automaticamente apaga o quão babaca você foi- digo, ainda olhando em seus olhos

-O que você quer de mim?!- ele diz, claramente se irritando- ah! e se eu fosse você, não ficaria muito perto desses cachorros.

Max olhava para a porta, encarando ferozmente Leon, que parecia não estar nem ai para Max.

-Vamos ruiva- diz Leon.

-Leon, pode me dar mais um...

-Vamos agora- diz Leon firmemente.

-Quem você pensa que é seu vira-lata!?- diz Max

-Max, pare!- eu digo

-Sou o protetor dela, já que você não consegue cumprir uma simples ordem!- vocifera Leon

-Como é?- diz Max com ultraje

-Parem!- eu grito

-Foi mal, ruiva- diz Leon sem olhar para mim- quando acabar volte para o seu quarto.

Leon encarou Max por mais alguns segundos antes de se virar e sair.

-Adeus, Max- digo indo para a porta, não sei porque, mas me sentia triunfante.

-Sabine, espere!

-Não, ainda estou chateada com você- digo- não sei se posso te perdoar

-Perdoar do que?- pergunta Max e eu solto uma risada sem humor

Mas que idiota!

-Por você ter mentido para mim e por ter sido um idiota- digo- e não me procure mais.

-Achei que gostasse de mim- diz Max de forma chorosa

-Achei o mesmo- digo sem olhar para ele

-Sabine...- ele me chama

Não me virei, apenas segui para fora do quarto e bati a porta com toda a minha força.

⛤⛤⛤

Assim que sai bufando do quarto de Max, fui procurar Leon.

Segui pelo corredor e desci as escadarias que levariam para o andar do meu quarto, avistei Leon indo em direção das escadaria que levariam para o jardim.

Me apressei para conseguir alcança-lo.

Ele era rápido.

-Leon!- grito, já sem fôlego, tentando chamar a atenção dele.

-O que você quer ruiva?- disse parando, quase me fazendo bater em suas costas.

-Achei que você iria cuidar de mim- digo, enquanto ele voltava a andar

-É, caso alguém tente te matar- disse

Ele continuava andando, sempre olhando para frente.

-Falando em alguém tentando me matar- digo- você poderia me ensinar a lutar?

Ele parou e olhou para mim.

-O que?- ele parecia se divertir.

-Lutar- digo- ouvi dizer que você é ótimo nisso, você faz parte da guarda real, um general, não é?

Ele ri

-Sim, mas por que você quer aprender a lutar?

-Não quero ser uma inútil- digo fazendo Leon gargalha, olho feio para ele - quero estar pronta caso alguém tente me sequestrar ou algo assim, quero poder me defender.

-Não vão tentar te sequestrar- disse - vão tentar te matar.

-Muito reconfortante- digo em um tom de ironia- e eu disse ''ou algo assim''.

Ele revirou os olhos.

-Bom, para sua sorte, eu sou um ótimo professor- diz sorrindo -treino um dos melhores batalhões de Sienna.

-Não esqueça de colocar convencido nessa sua lista

-Cala a boca- diz levemente irritado

Eu rio.

-Quando quer começar?- pergunta

-Quando você quiser- digo sorrindo

-Ótimo, vamos para um lugar que tenha mais espaço- diz Leon, agora andando- vamos para a Floresta de Idylla.

-Floresta de Idylla?- pergunto um pouco confusa

-Isso- ele diz- assim como o nome de cada reino, essa floresta foi batizada com um nome de uma das bruxas que criaram o Mundo Sobrenatural.

-Quer dizer que todos os reinos tem um nome de uma bruxa?

-Sim, o Mundo Sobrenatural foi criado para abrigar todos os seres mágicos que eram ameaçados no mundo humano- diz- quando os primeiros seres mágicos foram encontrados mortos, as bruxas decidiram criar um mundo paralelo, onde os humanos não pudessem nos machucar. Assim, os dez bruxos mais poderosos se espalharam pelo mundo, criando uma ligação para assim fazerem o feitiço, abrindo dez portais escondidos. Assim que o Mundo Sobrenatural finalmente passou a existir, os seres mágicos não precisavam mais se esconder, poderiam viver livres. Porém, como nada é perfeito, algumas raças não se adaptaram muito bem com a mudança, então assim nasceram os reinos. As bruxas escolheram a família mais poderosa de cada raça para governar os seguintes reinos: Astéria, o reino onde as bruxas podiam usufruir dos bens da terra sem que as fadas ficassem aborrecidas, Ríona, o reino das fadas, Chaska, o reino dos elfos, Odile, reino dos Lobisomens, onde nós não temos que nos preocupar em matar nenhum sangue- suga, Acresia, reino dos anjos, ou chame de reino celestial, não faz muita diferença, Khione, reino das psíquicas, ou sereias, tanto faz, fica no litoral, Danae, reino das raposas, a floresta de Idylla, já que as ninfas só queriam um lugar tranquilo onde elas pudessem caçar e realizar os cultos de seus deuses, Cymopoleia, o reino dos mortos, se me permite o conselho, fique longe desse reino, a não ser que você seja convidada por algum dos guardiões, e como você bem conhece temos Sienna, originalmente Sienna era um reino de vampiros, mas com o passar dos anos vários seres começaram a viver aqui, principalmente depois que Milles tomou a coroa. Agora Sienna é o principal reino do Mundo Sobrenatural.

-Isso é... incrível- digo- você nasce aqui em Sienna? ou no reino dos Lobisomens?

Ele ri

-Em nenhum dos dois, nasci no mundo humano.

-Sério?- digo repentinamente interessada - aonde você nasceu exatamente?

-Você não tem que saber de nada disso

-Por que?- digo confusa com suas mudanças repentinas de humor.

-Porque simplesmente não é da sua conta

-Mas...

-Sabe, você é uma vampira, bem quase uma vampira- diz sério - você é minha inimiga natural, então não precisa saber de nada sobre mim, não precisa tentar ser minha amiga, porquê isso seria impossível, só estou aqui para te proteger já que você é importante e é a nossa única esperança de tirar Milles do comando, e quando isso acontecer vou poder voltar para casa sem me preocupar em ser morto por algum vampiro idiota. 

-Quer dizer que só de olhar para mim você já sentiu uma gigantesca antipatia por mim?- arqueio minha sobrancelhas.

-Sim- ele solta, desconfortável, mas eu apostaria que sua resposta seria outra -escuta aqui, princesinha, fui designado para não te deixar morrer, então é isso que vou fazer, não vou brincar de amiguinho com você, porque não vamos ser amigos, sou só um general que foi ordenado para cuidar da vida de um princesa estúpida.

Apenas fiquei quieta, esperando ele terminar.

-Já que você me acha uma vampira idiota, por que esta me ajudando?

-Porque você precisa ser menos inútil.

-Então agora eu sou inútil?- digo, começando a me irritar

-Sim, é só uma humana que pode ser morta facilmente

-Ah, muito obrigado!- digo com ironia

-De nada- disse irritado

Qual o problema com esse cara?

⛤⛤⛤

Passamos pelo vilarejo em que Max disse que éramos proibidos de passar, pelo visto Leon não tinha problemas com isso.

-Achei que não podíamos ser vistos- digo, confusa.

-Só vampiros são proibidos nas terras de Milles e você não é uma vampira ainda, então...

-Entendi- digo

-Tsc.

Após sairmos do vilarejo, Leon e eu não conversamos mais, apenas ficamos em silêncio enquanto eu ficava observando o céu e ele parecia perdido em seus pensamentos, ele me levou para uma floresta e caminhamos por um bom tempo, minhas pernas doíam um pouco, nunca fui uma garota muito atlética.

Chegamos no meio da floresta onde tudo era muito claro, as folhas das árvores eram de um tom amarelado, como se a luz viesse delas

-Aqui é tão claro- digo admirando o brilho das folhas- e tão... bonito

-Não deixe que as aparências te enganem, essas árvores podem te matar se você chegar muito perto

-Como?

-Você é surda ou o quê?

-Tem que ser sempre tão rude assim?- digo lançando um olhar irritado para Leon

-Eu não sou sempre rude- diz - eu te ajudei hoje de manhã quando você estava sendo completamente ridícula quando estava chorando pelo idiota do Max, te mostrei aonde ele estava quando você quis dar uns tabefes na cara dele, que no final nem aconteceu.

-Você me chamou de estúpida

-E você me chamou de idiota

Eu o encaro.

-É justo- digo franzindo minhas sobrancelhas

-Eu sempre sou justo

-E convencido

-Talvez- diz com um sorriso torto.

Sinto uma coisa esquisita se enroscar em minha perna.

-Mas o que... Ai!- grito, uma raiz de árvore havia se enrolado em minha perna com força.

Leon tira uma faca de um dos bolsos de sua calça e a corta com agilidade.

-Eu disse- afirma Leon

Havia uma marca roxa onde a raiz se enrolou em minha perna.

-Mais que droga!- xingo baixinho

Leon ri e olho feio para ele.

Andamos mais um pouco mais até ele parar e ir até um tronco de um carvalho, ele bateu duas vezes.

-Tá fazendo o que?- pergunto

-Fique quieta!- resmunga e bate mais duas vezes

Até que a grande árvore se transformou em uma garota loira de olhos azuis.

-O que foi Leon? eu estava dormindo!- disse esfregando o rosto, ela me olhou e deu um pulo para se levantar- quem é essa?

-É a princesa que eu te falei- respondeu Leon

-Ah, prazer- disse me dando um sorriso- sou Sírinx

-Oi

-Sírinx pode ensinar ela a lutar?- pergunta Leon

-Claro- diz- posso ensinar a ela como usar um arco e flecha

-Ótimo- responde Leon -podemos começar agora?

-Não- diz

-Mas...- começa ele

-Venham daqui a três dias, vai ser noite de lua cheia

-Estaremos aqui- digo e Leon me olha de um jeito estranho, uma mistura de surpresa e irritação

-Agora se me derem licença, vou voltar a dormir

-Até- digo e depois corro até Leon que está a alguns passos de distância, voltando para o vilarejo

 

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