Lua de Sangue Segunda Edição- Capítulo 6

 

 


 

 

 

⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆ Capítulo 6 ⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆  

 

 

 

-Oi Sabine!- diz um garotinho sorridente e moreno de olhos dourados.

-Peter! isso é jeito de falar com a realeza!?- diz a mulher de pele avermelhada e cabelos pretos até a cintura, ela também tinha olhos dourados, fazendo uma reverência- perdão, alteza!

-Não se desculpe- digo dando um sorriso envergonhado- me chame apenas de Sabine. 

Ela afirma, acanhada, sorrindo gentilmente.

- Prazer, sou Ciara! este é meu marido Ethan- disse apontando para um homem negro, alto e de olhos dourados- e estes são meus filhos...

Ela disse chamando três outros jovens de olhos dourados.

-Olívia, Leon, Luca... e você já conheceu o Peter- diz Ciara lhe dando um puxão de orelha brincalhão.

Olívia era uma jovem muito bonita, seus cabelos pretos eram curtos ao contrário dos da mãe, usava um vestido simples feito de chiffon em um tom de verde-musgo que não se destacava entre os outros demais vestidos, havia uma tatuagem de lua cheia em seu ombro esquerdo.

Leon tinha cabelos loiros, não se parecia nem um pouco com Ciara ou Ethan, usava um uniforme preto como o de Max, mas invés de azul e dourado suas cores eram vermelho e preto fume, me obriguei a desviar os olhos de seu rosto suave e físico robusto, seus olhos pareciam atravessar minha alma, profundo demais, a tatuagem de lua aparecia em seu pulso quando movimentava suas mãos.

Luca parecia mais novo que Leon, tinha estatura mediana, usava roupas casuais, um casaco de lã vermelho junto com jeans surrados. 

Peter era o mais novo. Era uma versão mais nova de Ethan.

Ciara usava um vestido de cashmere dourado como seus olhos, o cabelo estava solto, sua tatuagem estava em sua clavícula.

Ethan era alto e muito forte, sua pele negra brilhava sob as luzes do salão, estava vestido de forma elegante, também tinha uma tatuagem em seu pulso.

Posso imaginar o que eles sejam. As tatuagens e seus olhos lhe entregaram.

Eram Lobisomens.

-Olá- digo a eles.

Olívia da um meio sorriso para mim, Leon apenas me olhou de cima a baixo, fazendo com que eu me encolha.

-Oi!- diz Luca de forma gentil e animada, sorrindo e estendendo a mão para beijar a minha, sorrio envergonhada a ele.

Peter me entrega uma rosa púrpura.

-Elas não crescem em Sienna- diz Peter sorrindo- é pra você princesa.

-Obrigado- digo agradecida, é realmente uma rosa muito bonita, nunca havia visto uma pessoalmente.

-Prazer em conhece-la princesa- diz Ciara- e boa sorte na iniciação.

-Obrigada- digo me despedindo.

Decido procurar por Max.

Procurei pelo castelo inteiro, mas não o encontrei, então decidi voltar para o salão.

                                                                                        ⛤⛤⛤

Me aproximo de Cecile que está conversando com algumas pessoas, segurando elegantemente uma taça de champanhe.

-Ah, Sabine! estes são Harry, Beatrice, Sebastian e Marie- diz apontando para cada um deles.

Sebastian era um homem loiro muito bonito, estava quase abraçado com Cecile.

Beatrice tinha cabelos castanhos esplêndidos, era mais baixa que eu e seu corpo era esbelto, estava abraçada com Harry, imagino que sejam um casal.

Harry era alto, magro e seus cabelos também eram castanhos, era muito charmoso.

Marie era extremamente parecida com Max.

Tinha um corpo escultural e seus cabelos pretos com cachos perfeitos cascateavam sobre suas costas, não pude deixar de sentir uma pontada de inveja. Ela parecia estar distante da conversa, como se estivesse procurando alguém.

Sinto alguém me abraçar por trás, me prendendo entre seus braços.

-Max- digo, me virando para olhar seu rosto, ele não olhava para mim- o que foi?

-Tem alguém aqui- diz, mas não estava falando comigo- Milles, para ser mais preciso.

Olho para Cecile, seus olhos demonstravam medo e preocupação.

-Aonde?- pergunta Marie

-Beatrice?- diz Cecile

De repente Beatrice fica paralisada, sem respirar, se mover ou até piscar.

-O que está acontecendo?- pergunto quase sussurrando

-Ela está achando o Milles- diz Max

-Como assim?- pergunto

-Ela tem o dom de saber onde cada ser mágico ou humano está e o que está pensando- diz Harry- se ela se concentrar na pessoa certa ela a encontrara, não importa aonde.

Eu apenas a observo.

Beatrice respira bem fundo e bem alto antes de voltar ao normal.

-Ele está nos túneis subterrâneos, está vindo para cá- diz- está sozinho

-O que ele quer?- pergunta Marie

-Ela- diz Beatrice apontando para mim, sem se preocupar em ser gentil

-Porquê?- diz Max

-Ele vai mata-la- diz Beatrice

-Em uma sala cheia de seres sobrenaturais?- diz Cecile - onde todos querem matar ele?

-Sim- diz Beatrice

-Isso quebra o tratado de paz- diz Sabastian, suas sobrancelhas grossas arqueadas

-Vai começar uma guerra- diz Marie

-É isso o que ele quer- diz Beatrice- ele acha que se matar Sabine, pode anular a profecia

-Ele está próximo- diz Marie- posso sentir a energia dele

-Ele não terá chance- diz Sebastian

-Max- diz Cecile- tire-a da sala, leve-a para a biblioteca, não vamos facilitar as coisas para ele.

Max afirma com a cabeça e me conduz até a saída do salão.

-Cuide dela- pede Cecile, lançando um último olhar para mim

Max abre as portas do salão e eu quase tenho um infarto.

-Olá princesa- diz o homem com aparência doentia, encostado despreocupadamente na soleira das enormes portas- é um prazer finalmente conhece-la, ouvi muito falar de você.

Senti um arrepio na espinha, como um aviso para eu sair correndo dali.

-Milles- digo apavorada, não precisei que ninguém me dissesse quem ele era, pude saber somente pelo jeito que ele me olhava, como se fosse me devorar. E é o que ele queria mesmo.

-O próprio- diz de maneira pomposa.

Olho para trás, todos estavam nos olhando.

Milles olhava despreocupadamente para mim, como se Max e os demais seres não estivessem olhando para ele, esperando o momento certo para ataca-lo.

Ele chega mais perto de mim.

-Parece que você se importa bastante com essa garota humana, não é Max?- diz sério, seu olhar oscilando entre mim e Max- Por que?

-Não lhe interessa- rosna Max

-Você é um vampiro bem desequilibrado- diz Milles, um sorriso aparecendo no canto de seus lábios -vamos ver até onde você aguenta...

Milles salta para cima de mim e com uma das mão ele agarra meus braços e com a outra puxa minha cabeça para trás, fazendo com que eu grite em plenos pulmões.

-Não leve para o lado pessoal gracinha, é apenas um acerto de contas com a sua avó- diz Milles enquanto traça uma linha com seu dedo pelo meu maxilar até minha clavícula -eu me pergunto o que será que ela vai achar se eu te matar?

-Deixe ela fora disso!- diz Cecile, seu olhar era de puro ódio.

-Perdão rainha, mas essa é uma ordem que eu não posso seguir- ele diz rindo- agora voltando para o senhor Salvatore, até onde você aguenta ver ela sofrer?

-Tire suas mãos imundas dela- diz Max, controlado, chegando mais perto.

-Não, não, não! Se você chegar mais perto eu rasgo a traqueia dela antes que qualquer um possa piscar- diz divertido -a não ser que sua querida rainha venha comigo.

Olho para Beatrice, seu olhar era de confusão, acho que sua previsão estava errada.

-Então é isso que você quer?- pergunta Cecile -eu vou, apenas deixe ela ir.

-Ah, mais que gracinha! se sacrificando pela netinha- ele gargalhou como um psicopata- mas eu realmente não me importo, vamos majestade!

-Não vá majestade!- gritou Ari correndo até Cecile- é uma armadilha!

-Mais é claro que é uma armadilha sua bobinha!- gargalha Milles- agora, se não se importa temos que ir, Cecile?

-Vamos, mas não a machuque- Cecile implorava, estendendo a mão para Milles

-Isso mesmo!- diz Milles, agarrando o braço de Cecile, pude ouvir Leon rosnar perto de nós

A partir daí tudo passou muito rápido, pude ouvir um som apavorante, um pescoço quebrando e logo depois uma cabeça caia no chão.

Fiquei paralisada, não pude acreditar no que via, uma lembrança avassaladora passa por minha cabeça.

Todo aquele sangue e o olhar vazio, a cena se repetia. Foi como se eu visse minha mãe morrendo de novo, mas agora era minha avó.

Pude sentir as lágrimas caírem de meus olhos.

-Desgraçado! - grita Sebastian correndo até Milles

Mas seu destino era o mesmo de minha avó.

Milles arrancara o coração de Sebastian, seu corpo cai ao lado do de Cecile.

Milles ainda segurava meu pescoço, sinto seu hálito pútrido em meu pescoço. 

Max rosnava e Ari chorava nos braços de Beatrice.

-Adeus princesa- sussurrou Milles em meu ouvido antes de me empurrar contra o chão, fazendo com que minha cabeça se choque contra ele e tudo começa a girar, pontos negros aparecem em minha visão turva.

Max corre até mim, segurando minha cabeça entre suas mãos.

Posso sentir o sangue quente empapando meu vestido, transformando o branco em um vermelho aterrorizante.

Foi a ultima coisa que vi antes de apagar.

                                                                                              ⛤⛤⛤

Abri meus olhos, estava dentro do meu quarto, as lembranças da noite passada são apenas um borrão, mas lembrava perfeitamente de ver Cecile e Sebastian morrendo.

Tentei me levantar, mas minha cabeça girava.

Tentei mais uma vez, cai de novo.

Pude ouvir alguém conversando do lado de fora do quarto.

Era a voz de Max.

-Max- tento chamar, mas minha voz não passa de um chiado.

Nada.

-Max!- quase gritei, minha cabeça doí, então gemi de dor.

-Princesa?!- diz Max preocupado.

Só de ouvir sua voz e o barulho da porta minha cabeça doía.

Gritei de dor.

-Princesa! princesa!- grita Max desesperado.

-Pare de gritar!- digo agoniada, apertando minhas têmporas com a ponta dos dedos.

-Respire, fique calma! vou chamar alguém- diz.

-Não, não vá- digo agarrando seu pulso- por favor!

-Não aguento ver você sofrer, por favor, deixe-me chamar alguém! prometo que volto!

Ele implorava e minha cabeça doía tanto que acabei cedendo.

-Volte por favor- digo soltando seu pulso, por mais que eu conhecesse Max por pouco tempo, ele era o único rosto familiar agora, e eu não queria ficar sozinha.

-Eu prometo- ele foi até a porta e saiu.

Minha cabeça estava doendo muito, como se fosse explodir.

Acabei desmaiando.

                                                                                          ⛤⛤⛤

Acordei com o barulho da porta.

Não conseguia falar, apenas escutar.

Tentei me sentar, não consegui.

-Olá senhorita- diz o homem de cabelos castanhos e olhos violeta- pode me ouvir?

Balancei minha cabeça para dizer que sim.

-Ótimo- diz- Pode me dizer onde está doendo?

Não conseguia responder, mas ainda conseguia pensar com um pouco de clareza.

''Max pode dizer a ele que tudo doí?''

-Ela disse que tudo doí- diz Max

''Obrigada''.

-De nada- sussurra Max passando suas mãos pela minha cabeça em um gesto carinhoso.

Sorri. Má ideia.

Outra onda de dor intensa. Tentei gritar.

Nada.

-Bom, venha cá- diz o homem- vou colocar minhas mão em sua cabeça logo a dor vai passar, ok?

Balancei a cabeça afirmando.

Ele colocou as mãos em minha cabeça e logo uma onda de dor insuportável apareceu.

Max segurava minhas mãos com força.

Deve ser torturante ouvir meus pensamentos de dor.

-Fentia eréia erast, fentia eréia erast, fentia eréia erast...- o homem alto dizia  palavras que não entendia e logo a dor passou.

Comecei a me sentir sonolenta, então fechei meus olhos. Ainda conseguia ouvir o que eles estavam dizendo.

-Obrigado, Edwin- diz Max

-Ela teve sorte, podia ter morrido- vociferou Edwin- o crânio dela se quebrou em duas partes e ela estava queimando em febre, mais meia hora e ela teria morrido

-Eu sei- diz Max

-Bom... cuide dela, deixe-a descansar- diz Edwin- ela vai dormir por um tempo, até ela se curar totalmente.

-Tá

-Boa sorte...- diz Edwin

-Obrigado

Escutei a porta se abrir e depois se fechar. Senti Max se deitar na cama.

Abro meus olhos.

-Oi- diz

-Você voltou- digo sorrindo um pouco.

-Prometi que voltaria, não é?- diz me dando um beijo na testa

-A dor passou

-Eu sei- diz- você teve sorte.

Ele passava a mão em seus cabelos.

-Eu sei.- digo

Eu o abraço, me enroscando nele colocando minha cabeça em seu peito.

-Sinto muito pela sua avó- Max sussurra tristemente.

Sinto um pequeno aperto no coração.

-Eu estou bem- digo- mal a conhecia, então estou bem com isso.

-Sabe que não pode mentir pra mim não é?

-Eu sei- digo- eu a perdi, de novo. Foi como se eu revivesse a morte da minha mãe

-Entendo- diz- minha mãe morreu quando eu ainda era muito novo.

-Sinto muito

-Não sinta- diz  simplesmente - já faz muito tempo.

Ficamos em silêncio por um longo tempo, apenas abraçados no escuro.

-Sabine?

-Hm?

-Posso lhe dizer uma coisa?- diz Max

-Sim- digo dando uma risadinha

Ele fez com que eu olhasse para ele.

-Acho que gosto de você- sussurra e eu rio.

-Sorte a minha- digo e ergo um pouco minha cabeça para olhar seus olhos antes de selar nossos lábios em um beijo.

Seu cheiro é tão doce...

Ele passava as mão por meus cabelos, pescoço, costas e pernas.

Nos afastamos e eu encosto minha cabeça em seu peito.

-Você está com sono, não está?

-Um pouco- confesso.

-Pode dormir- diz

-Estou com medo.

-Não tenha- diz, brincando com a alça da minha camisola.

NOSSA SENHORA DA BICICLETINHA!!!

Eu estava quase nua!comecei a sentir meu rosto queimar.

-Ei- diz Max- você está perfeita.

Claro que estou, ele é um pervertido e eu estou praticamente nua nessa camisola minúscula, meu rosto ardia e não sabia se sentia vontade de rir ou chorar.

Talvez um pouco dos dois.

-Do que você tem medo princesa?- pergunta Max mudando de assunto

-Um pouco de tudo- digo e ele ri -vai estar aqui quando eu acordar?

-Prometo que estarei aqui quando acordar- disse em meu ouvido

-Posso perguntar uma coisa?- pergunto

-Claro

-Seria muito abuso de minha parte roubar um beijo seu?- sussurro e ele ri, balançando a cabeça levemente.

Max segura meu rosto com as mãos em forma de concha antes de se escorar em seus braços que estavam um de cada lado de minha cabeça, ficando em cima de mim, me beijando apaixonadamente.

-Você gosta muito dessa camisola?- Max sussurra entre beijos

-Não muito, por que?

Nossa respiração estava acelerada.

-Então não tem problema eu arranca-la com os dentes.

-Acho que não- digo, minha voz sai entre cortada, podia ouvir minha pulsação em meus ouvidos.

-Ótimo- diz malicioso

Ele se afastou e me encarou no escuro, seus olhos faiscavam

Max beija meu pescoço e morde a alça da minha camisola.

Beijou entre meus seios, depois barriga e agora eu estava apenas de lingerie.

Senti um nó no estômago, o pânico saindo de meu peito e se espalhando pelo meu corpo todo.

-Max!- sussurrei.

Ele ainda me beijava.

-Max!- eu quase gritei

Eu o afasto.

-O que foi?- pergunta.

Eu corei.

-Não estou pronta- digo envergonhada

-Tudo bem- ele diz se afastando, sorrindo levemente.

-Desculpa! Max, eu...

-Não, tudo bem- ele diz sorrindo, um sorriso extremamente forçado- tome, se vista.

Ele joga a camisola para mim.

-Max!

-Te vejo quando acordar- diz se dirigindo para a porta

-Max, por favor...

-Até

-Max, você prometeu!- digo quase chorando

-Vou estar aqui quando acordar- diz abrindo a porta- prometo!

-Max, fique por favor!

Mas ele já havia saído.

Que ótimo! magoei o Max.

Vesti minha camisola e me deitei debaixo das cobertas.

Comecei a chorar.

Me sinto culpada, mas não entendo o porquê.

Porque quero tanto agrada-lo? Porque sinto essa necessidade irritante de vê-lo feliz, não temos nada, ele só é um cara qualquer que fica bravo quando digo que não quero arrancar as roupas e transar.

Eu apenas disse que não estava pronta!

Se Max não entendia isso então o idiota era ele, não eu.

Então porquê eu estou me sentindo desse jeito?

Me virei para o lado e logo parei de chorar, finalmente adormeci.

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