Lua de Sangue Segunda Edição- Capítulo 5
⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆ Capítulo 5 ⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆
-Que lugar imenso...- sussurro enquanto olhava maravilhada para as maravilhosas flores.
-Espere até ver o palácio- diz Max acompanhando meu olhar com um sorriso brilhante- você vai adorar
-Que palácio?- pergunto, confusa.
Max ri.
-Feitiço, lembra?- diz e eu reviro os olhos, fazendo-o rir -venha.
Começo a me sentir estranha, meu ouvidos estão zumbindo e sinto meu coração começar a bater mais devagar.
- O que é isso?- pergunto para Max, que me ignora.
Sinto como se fosse desmaiar, como se o ar não conseguisse chegar em meus pulmões.
-Feche os olhos- diz Max- já vai passar.
Eu o encaro, mas obedeço.
Fecho meus olhos e continuo seguindo em frente, agarrada ao braço de Max.
-Já pode abrir- diz
colocando sua mão sobre a minha, que estava praticamente fundidas ao seu
ombro, sorrio envergonhada o solto devagar.
Abro meus olhos lentamente, a sensação ruim havia passado, respiro aliviada.
Olho ao meu redor.
O palácio era lindo, as enormes e diversas torres se expandiam até onde
minha vista alcançava, a entrada repleta de flores de cravos, belas
fontes estavam posicionadas nos jardins do palácio, não pude deixar de
sorrir com essa visão esplêndida.
-Legal, não é?- diz
Max me puxando levemente, me incentivando a continuar, sua mão insistia
em segurar a minha, que começava a suar - vou te mostrar o palácio antes
de irmos ver Cecile. Ela provavelmente está ocupada cuidando para que o
palácio fique seguro durante o Festival da Lua de Sangue, venha!
-É lindo...- digo, maravilhada, enquanto observava cada detalhe.
-É mesmo, não é? As
janelas são feitas de Quartzo Hialino e Prata, está vendo aqueles
pontos coloridos nela?- pergunta Max apontando para uma das milhares de
janelas, eu afirmo com a cabeça- são diamantes.
-Diamantes?- pergunto, espantada.
-Sim - diz, sorrindo-
Esse palácio tem mais de mil anos e pertence a sua família desde muito
tempo antes da guerra entre os reinos.
-Mil anos...Espera- digo- que guerra?
-Tivemos uma grande
guerra a trezentos anos- diz Max de forma didática- sua família ainda
era da realeza quando isso aconteceu, um grupo de desertores atacaram o
Mundo Sobrenatural querendo tomar a coroa.
''Eles atacaram o
palácio, matando o príncipe herdeiro e duas das três princesas. O rei e
a rainha fugiram com sua filha mais nova, agora a única herdeira,para
um vilarejo no reino de Astéria, um reino de bruxas, onde a família de
um de seus soldados mais confiáveis viviam. Seus bisavós lutaram
bravamente para proteger Sienna, deixando sua filha, que é sua avó, sob
os cuidados das bruxas para nunca mais voltarem.
''Quando a Guerra
acabou o palácio ficou em ruínas e os desertores tiveram que se alojar
em outro lugar. Quando sua avó completou dezesseis anos ela retorno
para Sienna junto com seus guardiões, que no caso são os ancestrais de
Caleb, para reconquistar a coroa. Cecile conseguiu fazer alianças com
aqueles que não conseguiram fugir para os reinos vizinhos, o que foi
fácil, já que vamos dizer que Milles não é um bom governante- Max ri e
eu arqueio minhas sobrancelhas, rir de piadas internas não era o meu
forte - com a ajuda de seus aliados, Cecile e seus guardiões reergueram o
palácio. Eles tentaram invadir o castelo de Milles milhares de vezes,
sempre falharam. Até que uma fada, Selene, teve uma visão...
-Uma visão?- pergunto, isso com certeza é melhor do que as histórias de dormir que Anthony me contava.
-Sim- diz Max- ela
previu que uma menina, uma princesa, metade humana, metade vampira,
viria para o Mundo Sobrenatural, essa menina derrotaria aquele que
tomara o trono e traria paz para todos.
''Depois disso sua avó ia de tempos em tempos para o mundo humano, ela não achava que seria capaz de amar ou sentir qualquer tipo de atração por qualquer humano, séculos se passaram e suas esperanças fraquejavam, até que ela se apaixonou por um e engravidou, ela voltou para o Mundo Sobrenatural junto com seu amado...
-Espera, o que?- digo, atônita - quer dizer que meu avô sabia que ela era uma vampira? ele veio para cá?!
-Sim, foi ele que
ordenou pra eu ficar de olho em você- diz Max, rindo -quando sua mãe nasceu ela teve que voltar para o mundo
humano, ela não era a garota, Cecile não queria uma vida como essa para
sua filha, ela era humana e não precisava ter que viver aqui, mesmo que
isso destruísse sua avó, era melhor para ela.
''Sua mãe cresceu e
teve dois filhos, eles também não eram os escolhidos, Cecile já havia
perdido as esperanças. Até que você nasceu- Max sorriu para mim- Você é
a princesa que finalmente trará paz para o mundo Sobrenatural, nossa
rainha Vampira.
- Eu?! -digo, posso sentir o pânico em minha voz - Uma rainha?
-Não se assuste- diz Max com um sorriso gentil- Você vai se acostumar e será uma ótima rainha.
-Eu, uma rainha... Loucura -digo rindo
-Pois é, não é?- diz Max rindo.
Quando eu percebi estávamos rindo como idiotas.
⛤⛤⛤
Max me contou mais sobre o palácio e me mostrou onde eu ficaria.
Era um quarto gigante, com uma cama gigante, com um banheiro gigante e um closet gigante!
Abri o closet que
estava entupido de roupas e acessórios, a peça que mais me chamou
atenção foi um vestido creme, quase para o branco, com um decote reto
justíssimo na altura das coxas, acho que vou usar essa para conhecer
Cecile.
Dou uma olhada nos
acessórios, escolhi um par de brincos de diamantes não muito grandes e
um colar em formato de lua feito de cristal. Quase tenho um ataque
quando vejo os sapatos, são todos maravilhosos!
Peguei um salto agulha prateado cheio de brilho (tenho quase certeza de que são diamantes). E estava quase tudo pronto.
Quase.
Faltava o meu cabelo.
Levei um susto quando me olhei no espelho, estava cheio de nós e com muito volume.
Decidi tomar um
banho e lavar os cabelos. Assim que entrei no banheiro me deparei com
uma banheira gigante, sais de banho e óleos perfumados, acho que posso
me acostumar com essa vida de princesa.
Ri comigo mesma.
Duas mulheres entraram em meu quarto, sorrindo discretamente, a cabeça baixa, minhas criadas, como elas se denominavam.
Faço um careta com a palavra, então simplesmente prefiro não chama-las assim, criadas me parece algo ofensivo.
Elas enchem a banheira de água e óleo perfumado, me ajudam a me despir e entro na banheira, a água morna faz com que meus músculos relaxem automaticamente.
Depois de muita insistência, as duas aceitam se retirar e deixar com que eu me vire sozinha.
Acho que acabei pegando no sono, acordei com meus dedos todos enrrugados.
Sai e me vesti.
Tive que esperar um
pouco no sol para meus cabelos secarem, não achei nenhum secador em meu
closet, aparentemente a única eletricidade era usada para a iluminação.
Quando eles secaram fiz um coque bem elaborado e as duas me ajudam a colocar algumas pedrinhas brilhantes nele.
Me maquiei, dei uma conferida no meu pescoço só para ter certeza de que a cicatriz havia sumido.
Nada.
Meu pescoço estava ótimo.
Estava pronta!
Quando saio do closet me deparei com uma porta no canto do meu quarto, fui até ela e à abri.
Era uma biblioteca, uma biblioteca só minha! também havia um piano de cauda branco lindo.
Quase chorei quando o vi.
Me sentei e comecei a tocar.
Foi como se tudo a minha volta desaparecesse, tive um momento de nostalgia, me lembrando das noites que eu ouvia a melodia doce do piano de minha mãe.
Parei assim que ouvi alguém batendo na porta.
Me levantei e tive que secar uma lágrima que começava a cair de meus olhos.
Era uma garota loira de olhos azul- marinho, muito branca e com bochechas rosadas, não muito mais alta do que eu.
Usava um vestido
branco longo de gala que deixava o meu no chinelo. Seu cabelo loiro
estava preso em uma trança que chegava em sua cintura.
-Olá - disse a moça loira dando um sorriso simpático, ela falava com sotaque hispânico- Sou Ari, sua avó quer ver você!
Então esse é o anjo que Max me falou.
-Tudo bem, estou indo - digo fechando a porta atrás de mim- Prazer, sou Sabine!
Eu estendo a mão para um aperto amigável.
-Sei quem você é - e o rosto meigo se foi- ande logo e não envergonhe a rainha!
-T-tudo bem- digo gaguejando e puxando minha mão de volta
Passamos por dois corredores antes de chegarmos na frente de uma porta dupla imensa.
-Só fale quando ela lhe perguntar alguma coisa, entendeu?
Fiz que sim com a cabeça.
-Ótimo, você é obediente - ela diz abrindo a porta.
Era um grande salão com imensos lustres belíssimos.
O salão estava cheio de seres diferentes.
Varri o salão com os olhos procurando Max, até que todos olharam para mim. Senti meu rosto esquentar.
Percebi que Ari fez todos abrirem espaço para eu passar, eu acho.
-Sabine?- pergunta uma voz de mulher aveludada.
Fui andando em passos demorados até ela.
Quando estava quase
chegando pude ver Max, vestido elegantemente em um uniforme militar preto e azul, alguns detalhes dourados de estendiam por seu peito e pescoço, ao lado uma garota muito parecida com ele (imagino que
seja a irmã dele) perto da moça ruiva.
Cheguei perto deles.
Fiz uma reverência desajeitada de cabeça baixa.
-Olhe para mim criança- disse a mulher ruiva, a postura ereta.
Eu a olhei, mesmo sentindo que poderia cair ali mesmo.
-Sabe quem eu sou?- perguntou.
E foi ai que a ficha caiu.
-Sim. Cecile, certo?- digo morrendo de vergonha, tentando ficar tão ereta quanto ela.
Foi quando Max começou a dar gargalhadas
-Do que está rindo senhor Salvatore?- pergunta Cecile se virando para olhar Max.
-Dela- responde ele, apontando para mim.
-Por que?- pergunta Cecile, seu olhar confuso.
-Ela imaginou você como uma uva-passa- diz Max gargalhando, fecho a cara para ele, que apenas ri mais.
De repente todos do salão estavam rindo.
DE MIM.
-Bom, Sabine eu sou sua avó -diz de forma doce, dando passos em minha direção antes de me abraçar.
Quando ela me soltou, havia uma lágrima caindo de seus olhos verdes, e eu percebi que também estava chorando.
-Faz tanto tempo que eu espero alguém como você- diz Cecile, secando minhas lágrimas- mais de duzentos anos!
Foi quando todos começaram a comemorar. Alguns batiam palmas, outros uivavam e sibilavam.
Sorrio envergonhada todas as vezes que alguém vinha me dar os parabéns.
Com certeza isso é pior do que minhas festas de aniversário...
Até que sinto mãos em meu ombro, fazendo com que eu pule pelo susto.
-Como vai?- pergunta Max ao pé de minha orelha, fazendo com que meu coração bata descompensadamente.
-Bem- minto, levemente ofegante.
-Mentirosa- ele sorri, antes de fazer uma leve reverência e me estender sua mão -me concede essa dança, vossa alteza?
Mordo a língua para não
gargalhar, isso me lembra muito as festas que meu pai me obrigava a ir,
tirando a parte do "vossa alteza", mas tirando isso, a música, a dança e
muito, muito champanhe eram idênticos.
-Eu não danço- digo quando tenho certeza de que não irei rir.
-E quem disse que tem que saber dançar? Eu sou um ótimo condutor, tudo o que você tem que fazer é não pisar nos meus pés- Max segura minha mão enquanto sorri e me conduz até o centro do salão -e acho que você já percebeu que eu não aceito um não como resposta.
Max entrelaça nossos dedos e coloca sua outra mão em minha cintura, enquanto eu ria baixinho e posicionava minha mão livre em seu ombro.
-Está falando da cabana?
Quando você apareceu pendurado no telhado, a algumas horas atrás?- digo
sarcástica, quando começamos a dançar.
-Era exatamente disso que eu estava falando- Max brinca e segura um pouco mais forte minha cintura, antes de me fazer rodar no mesmo lugar.
Dou uma risadinha quando piso sem querer em deu pé esquerdo.
-Desculpe, desculpe- digo rápido quando vejo a careta de Max.
-Você não sabe mesmo dançar- ele aponta, antes de rir.
-Eu disse que não dançava!
-Achei que estava sendo modesta- ele brinca e eu reviro os olhos enquanto rodopiávamos pelo salão, atraindo olhares curiosos das pessoas que me olhavam e ouviam as risadas pouco discretas que eu soltava.
-Agora você sabe que eu não estava- rebato
Max me conduzia com graça pelo salão, lançando hora ou outra olhares pouco decentes para meu vestido.
-Ficou linda com esse vestido, aliás- ele aponta, fazendo com que um sorriso aparecesse em meus lábios -é um vestido bem indecente, mas isso só faz com que você fique ainda mais bonita.
-Mas que comentários pouco discretos os seus, não é Max?- brinco -é sempre tão galante assim com todas as garotas?
Max me gira novamente e eu fico levemente tonta, antes de me jogar para trás, fazendo com que eu somente não esteja estatelada no chão pelos seus braços na base de minha coluna e mãos unidas a minhas, e então aproxima seus lábios ao pé de minha orelha, meu peito subia e descia freneticamente.
-Só com as que são realmente bonitas e você, com toda certeza, é a mais bela nesse enorme salão- sussurra e eu engulo em seco, antes de me colocar ereta novamente e voltamos a rodopiar.
Meu coração parecia sair pela boca, tanto pelo esforço da dança, quanto pelos elogios de Max.
Ele aperta ainda mais minha cintura, um sorriso ameaçando sair no canto de seus lábios, seu rosto se aproximando mais e mais, antes de encostar seus lábios frios no meu.
Suspiro quando ele se afasta novamente, me girando e sorrindo docemente.
Não conseguia falar mais nada, então eu sorria e rodopiava.
Após a música acabar, ajeito meu vestido e dou um sorriso um pouco forçado para Max, antes de sair praticamente correndo para o canto mais próximo do salão, tentando fazer com que minha respiração voltasse ao normal.
De onde veio isso? Tão de repente, essa euforia só por causa de elogios genéricos de um rapaz bonito, tudo bem que ele é muito bonito, mas isso não muda o fato de isso ser totalmente inapropriado.
O que é isso? Síndrome de estocolmo?
Ridículo.
Quando consigo voltar a
respirar, caminho graciosamente pelo salão com um sorriso no rosto,
tomando em uma golada só a taça transbordando de vinho.
O resto da noite foi assim, bem animada.
Uma garota de cabelos platinados com um vestidinho curto e coladérrimo veio falar comigo.
-Olá, princesa- diz com uma reverência- prazer em conhece-la, sou Pérola.
-Olá, Pérola- digo, mas ela saiu correndo atrás de alguém que não vi quem era exatamente.
⛤

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