Lua de Sangue Segunda Edição- Capítulo 4
⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆ Capítulo 4 ⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆
-Como funciona?- pergunto, quebrando o silêncio, torcendo para não irritar Max.
-O que?- ele pergunta, curioso.
-Esse lance- digo com um sorriso discreto- de ler mentes, como funciona?
-Só consigo ler uma mente de cada vez e se estiver em meu campo de visão- ele diz,sorrindo.
-Ah- digo e ele me encara, seu sorriso desapareceu- o que foi?
-Seu pescoço- ele diz- está com uma cicatriz...
-Não é nada- digo, tentando esconder com meu cabelo.
-Sei - diz Max sério novamente - Cecile vai me matar.
-Minha avó- digo
-Então você lembra do nome dela- diz, com uma risada debochada.
-Impossível não lembrar- murmuro
-É, acho que sim.
Andamos por mais alguns quilômetros em silêncio, até que resolvi quebrá-lo de novo.
-Deve ter algum jeito de eu me livrar dessa cicatriz.
Ele olha para mim, arqueando suas sobrancelhas.
Como se ele não pudesse ler o que eu estava pensando!
-Na verdade tem sim. Acho que Caleb pode resolver isso- diz- ele é um dos bruxos mais poderosos de Sienna.
-Bruxo?!- digo, surpresa.
-Você se surpreende fácil, não?- ele diz, rindo.
Ótimo sinal.
Eu o ignoro e digo:
-Ok, então vampiros, bruxos e...não faço ideia do que era aquela criança...
-Transmorfo- diz
-Tá, transmorfo!- digo, revirando os olhos- ainda estou tentando entender como essas criaturas existem.
-Não somos as únicas espécies que vivem aqui.
-Ah, então o que mais? zumbis?- digo irônica.
-Não!- ele dá um gargalhada alta- que ridículo!
Eu o fito.
-Como é?- digo
-Zumbis, que ridículo- diz, ainda rindo.
Eu apenas o ignoro.
-Tá, quais são as outras...espécies? que existem aqui?
-Vampiros, bruxos, transmorfos, lobisomens, fadas, psíquicos, elfos, anjos...
-Anjos?!
-Sim, mas não são como a sua espécie diz que são
-Minha espécie?
-Humanos.
-Ah- digo balançando a cabeça- e como são?
-Bom, temos Anne e Anna...
-Anne e Anna, sério?- digo, me divertindo
-Será que eu posso terminar?
-Desculpe- digo, rindo
-Obrigado. Bom, elas
são anjos do sonho- ele diz, colocando a mão em minha boca para me
impedir de fazer outra pergunta- Sarah, Mayra e Tiago, são anjos do
tempo.E a Ari, que é um pouco parecida com os seus anjos. Ari é quem
ajuda a cuidar das coisas junto com sua a avó e Marie.
-Marie?
-Minha irmã- diz
-Você tem uma irmã!?- digo, subitamente animada. Estranho.
-Tenho, e se você não parar de gritar vou voltar a correr.
-Você é um chato, sabia?- reclamo revirando os olhos
-Sim e obrigado. - ele diz e eu faço uma careta- ah, também tem o Kael, ele é um anjo da morte.
-O que ele faz?- pergunto, pensando se eu realmente gostaria de saber a resposta.
-Digamos que ele garante que nossos inimigos não voltem do mundo dos mortos- diz, dando um sorriso sombrio.
Percebo que não estou respirando, então dou um suspiro.
Max olha para mim e sinto que começo a ficar vermelha.
-Caramba- digo com a voz entre cortada.
-Pois é- ele diz, rindo da minha reação.
-Eu só tenho uma pergunta.
-Diga- ele me encorajou
-Já tá chegando?
-Não
-E agora?
-Dá para você parar?!
-Dá sim- digo com uma risadinha
-Você é muito fofo quando fica bravo...
-Vamos achar logo o Caleb...
Max volta a correr.
⛤⛤⛤
Elefantinho rosa, elefantinho rosa, elefantinho rosa, elefantinho rosa...
-Por que você esta pensando em ''elefantinho rosa''?
-E por que você está lendo meus pensamentos?- rebato.
-Porque estou entediado, não é óbvio?- diz Max rindo antes de parar e praticamente me jogar no chão, me agarro ao seu pescoço sem me dar conta, para não cair.
Chegamos a uma cabana afastada do vilarejo, bem no meio da floresta, onde já não era tudo como um conto de fadas, era escura, como se estivéssemos no meio da noite, pinheiros altos nos rodeavam e brumas nos envolviam. Digno de um filme de terror, onde você grita para a tela para que eles fossem embora dali imediatamente.
-É aqui que esse tal de Caleb mora?- digo olhando em volta, observando a madeira podre da cabana.
-Sim, entre princesa- diz Max dando uma piscadinha.
A cabana era mais assustadora por dentro, parecia uma caverna de tão escura. Só havia a iluminação de algumas velas acesas.
-Caleb!?- gritou Max ,fechando a porta atrás de si.
-Qual é a boa sangue-suga?- perguntou o moreno alto e de físico mediano, olhos verdes, que pousaram em mim- É ela?
Sinto uma pontada de raiva, como ele sabe quem eu sou?
-Sim, Caleb essa é Sabine- diz Max- Sabine esse é Caleb
-Sua avó fala muito de você- diz, dando um beijo em minha mão
-Prazer- digo, envergonhada.
-Caleb, pode dar uma olhada no pescoço dela?- diz Max passando o dedos pela ponta de meus cabelos, puxando-o para deixar meu pescoço à mostra, seus dedos gelados encostam em minha pele, sinto o metal de seu anel escorregar por ela, causando-me arrepios.
-O quê foi que você fez seu vampiro pervertido?- Caleb perguntou, claramente achando graça.
-Mordi ela... - diz Max, baixando levemente a cabeça.
Caleb analisa meu pescoço e depois se vira para pegar um frasco que estava em uma caixinha de madeira.
-Tome isso- diz me
entregando o frasco com um líquido preto e gosmento- Vai fazer efeito
em alguns minutos. Ele vai ter que beijar seu pescoço. -Caleb termina com um sorriso maliciosa e
tenho quase certeza que Max não tem que fazer isso.
-Eca- diz Max, fazendo uma careta ao olhar para o vidro.
Sinto meu estômago se revirar ao ver o líquido negro e gosmento no frasco.
-Até a iniciação -diz Max se despedindo de Caleb.
-Saia logo daqui seu sangue-suga nojento!- Caleb ria - ou você quer um beijinho no rosto?
-Nem pensar - diz Max rindo.
Quando saímos da cabana, algo muito bizarro aconteceu...
-Ah- digo espantada, olhando para o vazio, onde segundos atrás estava a cabana de Caleb- Sumiu!como?
-Ela não sumiu, ainda está ai- diz se divertindo de minha surpresa- é um feitiço.
-Hmm... - digo- o quê é uma iniciação?
-É quando você vai se tornar uma vampira- diz- alguns chamam de Festival da Lua de Sangue.
-Gostei do nome- digo- tá fazendo o que?
Ele estava a centímetros do meu pescoço.
-Estou te curando!
-Não era pra eu beber a poção?- pergunto confusa
-Vou ter que beijar seu pescoço lembra?ou você quer ficar com essa cicatriz horrenda?
Eu queria, queria
muito, mas seria estranho, nós nos conhecemos a menos de vinte e quatro
horas! Bom, eu o conheço a menos de vinte e quatro horas, você
entendeu!
Mas não era como se ele fosse começar a arrancar a roupa do nada, né?
É só um beijo no pescoço, um beijo estranhamente intimo.
-Eu sei que você quer- ele sussurrava em meu ouvido- é só um beijo...
-Não me diga- também sussurrava, revirando os olhos- mas seja rápido e não me morda!
-Como quiser...
Ele começou pela minha testa, bochechas, ouvido, me deixando confusa e fazendo com que meu rosto ruborizasse, antes de finalmente chegar em meu pescoço, até que ele me beijou.
Seus lábios frios
tocaram os meus, e eu não consegui pensar em mais nada. Havia apenas as
mãos de Max em minhas costas, pernas, puxando-me para mais perto, sua
respiração acelerada em meu rosto. Minhas mãos passando por seus
cabelos pretos se unindo em um nó perfeito. Nós nos afastamos e eu
não consegui esconder um sorriso.
-Mas o quê foi isso?-
eu pergunto entre risos, tenho crise de risos quando fico nervosa
-achei que você ia ter um ataque e me morder e ao invés disso você me
beija!
Eu vi sua expressão mudar, uma expressão de tristeza.
-Você ficou
chateada?- ele me pergunta se afastando -achei que você queria isso
também, pela sua reação no chalé, mas não queria te magoar...
-Me diz você!- digo chegando mais perto, ainda rindo- você é o leitor de mentes!
-Você me disse que não queria que eu fizesse isso- me lembra Max
A expressão de seu rosto era de confusão, tristeza e talvez até raiva.
Senti que devia
conforta-lo de alguma maneira, mas não sabia como. Até que tive uma
ideia. Não foi uma ideia brilhante. Longe disso, suas chances de
sucesso eram mínimas, mas eu tinha que tentar.
Cheguei mais perto dele. Devagar, e joguei meus braços em seu pescoço,fiz com que sua cabeça ficasse mais perto da minha.
Senti sua respiração doce, ele tinha um cheiro ótimo, e sua pele fria a poucos centímetros da minha. E eu disse tão baixo que duvidei que ele tivesse escutado:
-Fique parado.
E o beijei, foi apenas um selinho rápido, antes de me afastar.
-E agora? você acha que eu fiquei chateada?- perguntei com um sorriso.
-É, acho que não - responde, com um sorriso torto.
Depois disso continuamos a andar em silêncio.
⛤

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